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Relátórios de economia
4/2/2025

Juro alto, câmbio baixo (até quando?)

Por

Cristiane Quartaroli

CAUSA: As primeiras semanas do ano foram marcadas por maior apetite ao risco nos mercados de forma geral e, com isso, nossa taxa de câmbio se beneficiou, passando de uma cotação de US$/R$6,20 ao final do ano passado para US$/R$5,80 mais recentemente – uma valorização demais de 6,0%. As decisões de juros nos EUA e aqui no Brasil foram as principais responsáveis por essa melhora na percepção de risco, já que a alta da Selic torna os ativos brasileiros mais atraentes para investidores estrangeiros, estimulando a entrada de capital e fortalecendo o real. Ao mesmo tempo, a decisão do Federal Reserve de não subir os juros reduz a pressão sobre o dólar, favorecendo a valorização de moedas emergentes, como a brasileira. Não podemos deixar de mencionar que tivemos algumas semanas com reduzida liquidez por contado feriado de ano novo na China, além de ausência de ruídos políticos no Brasil, com o recesso do Congresso.

CONSEQUÊNCIA: Se por um lado a valorização do real reduz os custos de importação, ajudando a conter a inflação de bens e insumos importados, por outro, um câmbio mais apreciado pode prejudicar a competitividade das exportações brasileiras, especialmente nos setores agrícola e industrial. Além disso, a manutenção de juros elevados encarece o crédito e tende a frear o consumo e os investimentos, podendo impactar negativamente o crescimento econômico no médio prazo. Adicionalmente, vale destacar que ainda é cedo para afirmar que essa queda na taxa de câmbio é tendência, pois temos ainda um ambiente bastante adverso e desafiador, tanto no que tange às dúvidas sobre o novo governo Trump, quanto a respeito das questões fiscais no Brasil. O mercado ainda não acredita em taxa de câmbio abaixo de US$/R$6,00 para este e para o próximo ano.

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Economia do dia a dia

Um resumo dos principais acontecimentos de cada dia que podem influenciar na taxa de câmbio, tudo isso em menos de 1 minuto.

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