Por
Michele Loureiro
Cerca de 25 mil empresas sediadas no Brasil fazem negócios internacionais e enviam seus produtos e serviços para fora do país, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX). Praticamente duas em cada três empresas (61%) delas realiza negócios na América Latina. No entanto, destinos como China, Estados Unidos e Europa também são muito procurados e as remessas para esses países cresceram 24%, 21% e 18%, respectivamente nos últimos quatro anos. Independente da área de atuação ou do destino final, as empresas exportadoras têm ao menos dois desafios comuns: a administração do fluxo de caixa e a variação cambial.
Isso porque o processo de recebimento pelas mercadorias pode levar meses por conta da burocracia e os custos da produção acabam ficando por conta do exportador, que precisa encontrar ferramentas que garantam que os valores não saiam do planejamento por conta do câmbio.
A questão cambial, por sua vez, é uma das variáveis que mais impacta no dia a dia dos exportadores. Afinal, é impossível prever as flutuações e cada centavo de alta ou baixa pode impactar um negócio de milhares ou milhões de reais.
Justamente para garantir que o câmbio não seja um problema para esses negócios que vivem de remessas do exterior, os empresários brasileiros podem recorrer a operações de exportações e antecipar o recebimento dos recursos por meio de ACC (Adiantamento sobre Contrato de Câmbio) e ACE (Adiantamento sobre Cambiais Entregues).
Estas duas ferramentas são fundamentais para que os exportadores garantam o fluxo de caixa e tenham previsibilidade na hora de contabilizar o faturamento. Oferecidas por instituições especializadas, elas funcionam como um adiantamento do pagamento e são essenciais para o planejamento financeiro das companhias.
Quando um exportador fecha o contrato com um importador, mas precisa de recursos para produzir suas mercadorias, ele pode usar a antecipação do câmbio futuro. Esse é o papel do ACC, modalidade em que o empresário nacional recorre a uma instituição autorizada a operar câmbio e pede um financiamento para a fase de produção ou pré-embarque.
Essa modalidade ajuda os empresários a arcar com matéria-prima, folha de pagamento dos funcionários e custos gerais da produção antes do embarque das mercadorias. O exportador pede ao banco o adiantamento do valor em reais correspondente ao contrato de câmbio já firmado com o importador e assim, além de receber o montante, também fixa a taxa de câmbio da sua operação de exportação e consegue prever o seu lucro em reais.
No caso do ACE, também há uma antecipação de recebimentos de uma exportação, mas esse valor só é concedido após o embarque das mercadorias. Segundo João Costa Pereira, Head de Trade Finance do Ouribank, esse formato é indicado para empresas que já têm caixa para produzir a mercadoria, mas querem ter previsibilidade da data de recebimento, além do controle da taxa cambial. “Os exportadores que querem receber os pagamentos de forma imediata e garantir um câmbio fixo podem usar o ACE”, explica.
Em ambas as operações não há valores mínimos ou máximos para contratação. Os custos, juros da operação, têm como referência a taxa de juros da moeda contratada, normalmente o dólar americano. Porém, segundo o executivo, as taxas praticadas para o ACE são menores quando comparado ao ACC.
“Isso acontece por conta do risco de performance. No caso do ACC, a mercadoria ainda nem foi produzida. Neste caso, pode haver problemas na fabricação e consequentemente no embarque. Já no ACE, os materiais foram enviados e os riscos são menores”, diz o executivo.
De acordo com Pereira, a operação de ACE ajuda na composição de fluxo de caixa das empresas exportadoras. “Afinal, elas não precisam ficar esperando,60, 90, 120 dias ou até mais para receber os pagamentos e sujeitas às oscilações do câmbio. Tudo fica acertado no momento do embarque e o exportador já pode partir para um novo negócio”, explica.
No Ouribank, o número de empresas que contrataram a modalidade ACE aumentou consideravelmente no último ano. “As exportadoras acabam usando a ferramenta como um financiamento. Isso é vantajoso, já que o custo é menor doque uma operação em reais, como um empréstimo tradicional, por exemplo. Outro ponto importante é que não há incidência de imposto no ACE”, diz Pereira.
Além de garantir a previsibilidade financeira para os clientes, o Ouribank ainda oferece uma garantia adicional para os exportadores que optam pelo produto ACE. “Se eventualmente um importador não pagar a mercadoria, o banco não cobra nada do empresário brasileiro e se encarrega de lidar com a cobrança no exterior”, diz João.
Isso acontece porque o Ouribank realiza uma minuciosa análise de crédito de importadores em cerca de 90 países e analisa a situação financeira das empresas antes de realizar as operações. Ou seja, assume os riscos de crédito da transação e garante que o exportador não se preocupe com calotes.
Segundo o executivo, essa iniciativa é exclusiva e é um diferencial. “Isso ajuda até mesmo na internacionalização dos clientes, pois atua como uma ferramenta para o crescimento das exportações. Nossa consultoria é personalizada e os especialistas mapeiam os importadores em dificuldades para focar nos melhores destinos de exportação”, diz o executivo.
Serviços completos
O Ouribank, especialista em câmbio há mais de quatro décadas, realiza milhares de operações diariamente, e, além de atuar nas frentes de apoio ao exportador, também está pronto para oferecer serviços ao importador, por meio do Finimp, que é o financiamento da importação. “Há muito tempo deixamos de ser apenas um banco de câmbio e focamos em todas as possibilidades globais para auxiliar nossos clientes a fazer negócios no Brasil e no mundo”, diz Izzy Politi, Diretor Comercial do Ouribank. “O objetivo de transformar fronteiras em possibilidades”, completa.
Entre os serviços disponíveis no Ouribank, que podem ser usados por exportadores, também aparecem operações de hedge, trade finance, real estate e prestação de garantias, todos apoiados em relacionamento próximo com os clientes. Além disso, há um hub especializado em outras ferramentas, como conta corrente em moeda estrangeira, soluções de pagamentos, eFX, PIX internacional, entre outros. O foco, segundo o executivo, é apoiar o negócio do cliente em toda a jornada. “Também passamos a oferecer crédito para clientes do middle market, que costumam ter dificuldade de acesso nos bancos tradicionais. A ideia é atender as empresas de forma integral e disponibilizar recursos para capital de giro e cadeia de fornecimento”, diz Politi.
Além da disponibilidade de caixa, o banco aposta na proximidade com os clientes. “Nossa meta é estar próximo, estreitar relacionamento, entender como agregar e encontrar saídas personalizadas para os desafios do cliente. Não vamos simplesmente oferecer produtos de prateleira como fazem outras instituições”, finaliza Politi.
Um resumo dos principais acontecimentos de cada dia que podem influenciar na taxa de câmbio, tudo isso em menos de 1 minuto.
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