Por
Michele Loureiro
A cada 45 dias, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne para decidir a taxa básica de juros que vai reger o país durante o próximo ciclo – a Selic. Recentemente, uma redução de 0,5 ponto percentual no índice, que está em 13,25%, iniciou uma nova leva de transformação para a economia do país.
Segundo Cristiane Quartaroli, economista do Ouribank, quando o Banco Central baixa a taxa de juros, há um efeito de melhora nos indicadores de atividade econômica como um todo, como índices de confiança, crédito e crescimento, de maneira geral. “Contudo, o efeito não é imediato; há um período de adaptação dos agentes econômicos. E também, esse ajuste deve acontecer de forma gradual, porque a redução dos juros por parte do Banco Central não será feita de um dia para o outro. Ele deve baixar os juros de forma gradual”, diz.
Ela explica que juros menores também impactam na economia do dia a dia das famílias. “Reduz o custo do crédito para a população em geral. As taxas menores estimulam o crédito, refletindo de forma positiva no crescimento econômico e, consequentemente, no emprego. Claro que há uma defasagem de tempo um pouco maior até o efeito da queda dos juros chegar nos indicadores de emprego e renda, mas é positivo também para essa questão por conta de um aumento do consumo da população”.
Embora a expectativa seja de queda da taxa de juros nos próximos meses, o índice ainda deve ficar em dois dígitos até o final do ano. “Isso é bem-visto pelos investidores estrangeiros que buscam ativos rentáveis; então, ainda devemos continuar assistindo à entrada de fluxo para o Brasil, o que tende a ser positivo para a nossa taxa de câmbio por aqui”, afirma a economista.
Segundo ela, o mercado ainda está bastante reticente pela questão do câmbio no Brasil e projeta uma taxa próxima de R$ 5 para o final deste ano. “Embora o cenário macroeconômico brasileiro esteja melhorando, com inflação caindo e expectativa de queda de juros, ainda há questões com o cenário político interno e andamento das reformas. Isso tem trazido um ponto de insegurança para os mercados de forma geral, culminando em volatilidade para nossa taxa de câmbio”, explica Cristiane.
Adicionalmente, ela lembra da questão do cenário externo, com a volta das altas de juros nos Estados Unidos. “O FED, Banco Central Americano, voltou a subir os juros na semana passada, após ter feito uma pausa em junho. Isso tende a pressionar os mercados emergentes”, diz.
Para a economista, o câmbio deve cair de forma gradual por conta da melhora da economia brasileira de uma maneira geral, mas é impossível cravar um cenário. Por isso, o Ouribank produziu um relatório onde descreve cenários possíveis para a taxa de câmbio.
Cristiane chama as previsões de passeios aleatórios e constrói cenários onde a taxa de câmbio pode variar de R$ 4 a R$ 5,20, dependendo do andamento de questões como a aprovação do arcabouço fiscal, desaceleração da inflação e incertezas com o cenário externo. Clique aqui para acessar o relatório e conferir as previsões na íntegra.
Um resumo dos principais acontecimentos de cada dia que podem influenciar na taxa de câmbio, tudo isso em menos de 1 minuto.
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