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27/6/24

Open Finance começa a transformar mercado de câmbio no Brasil

Por

Michele Loureiro

Nos últimos anos, os termos Open Banking e Open Finance tornaram-se comuns no dia a dia dos brasileiros. Ainda que os conceitos não estejam na ponta da língua de grande parte da população, a usabilidade dos serviços já é real, com o uso do PIX por exemplo. Agora, essa abertura do sistema financeiro, que prevê que clientes de produtos e serviços financeiros compartilhem suas informações entre diferentes instituições autorizadas pelo BCB (Banco Central do Brasil), atingiu uma nova fase e começa a ser observada no segmento de câmbio.

 

Para entender o que muda, na prática, nas transações com outros países, é preciso entender o contexto. O Open Banking, conhecido como “serviço aberto” foi criado pelo BCB para possibilitar que os dados da conta de um cliente, como informações cadastrais e histórico de transações, sejam compartilhados de forma padronizada – por meio de APIs (interfaces de programação de aplicações) – com instituições devidamente reguladas, de maneira segura e rápida. A ideia central é trazer mais competitividade para o setor, além de mais praticidade e opção de escolha ao consumidor. Tudo isso com respaldo na LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais).

 

Já o conceito de Open Finance é mais amplo. Ele envolve a ampliação de Open Banking para outras entidades financeiras, como corretoras de seguros, plataformas de investimentos, fundos de pensão, corretoras, e empresas de cartão de crédito. Além disso, o formato também inclui a abertura e compartilhamento de dados financeiros com empresas fora do setor financeiro, em áreas como tecnologia e varejo.

 

Resumindo, Open Banking é a abertura e compartilhamento de dados entre instituições, enquanto Open Finance é uma evolução dele e abrange todas as áreas financeiras e não financeiras para aumentar a competição e inovação no setor.

 

Recentemente foi iniciada a fase do Open Investment, etapa onde os clientes podem compartilhar dados dos produtos de investimento com qualquer empresa que participe do ecossistema. Desta forma, as instituições podem ofertar serviços mais adequados para facilitar o gerenciamento financeiro. Um dos benefícios é a agilidade para consolidar os dados de investimentos dispersos em várias instituições custodiantes.

 

A hora do mercado de câmbio

Neste contexto de subir de graus e ampliar a abrangência deste modelo mais aberto no sistema financeiro, as operações de câmbio também ganham novos contornos. Segundo o BCB, a quarta fase da iniciativa contemplará dados sobre câmbio e deve ganhar velocidade ainda em 2024. Por enquanto, já há o compartilhamento de informações cruciais do mercado: taxas de câmbio e valor efetivo total (VET). A implementação terá uma abordagem faseada para garantir a conformidade regulatória e permitir uma transição planejada para as instituições financeiras. Em breve mais dados devem ser disponibilizados, mas as informações sobre taxa e VET dão pistas de como o mercado deve se comportar.

  

Com a nova fase, os clientes ganham a possibilidade de conseguir as melhores transações disponíveis no mercado ao ter acesso às comparações e as instituições podem oferecer ferramentas personalizadas para facilitar transações internacionais econômicas e eficientes. A era digital do câmbio está próxima, impulsionada por dados abertos e compartilhados, e promete não apenas facilitar as transações, mas ampliar a interação financeira.

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