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20/2/25

Sobe e desce do dólar: quais as implicações para as empresas?

Por

Michele Loureiro

Contratação de hedge cambial quadruplicou em 2024 no Ouribank e ferramenta garante previsibilidade às companhias.

A moeda americana variou 27,3% ao longo de 2024. O dólar começou o ano na casa dos R$ 4,90 e terminou no patamar de R$ 6,18. Apenas em 2025, a oscilação já chegou a quase 7,0% até meados de fevereiro. Empresas com operações em moeda estrangeira sentiram na pele essa dança e precisaram lançar mão de ferramentas de proteção cambial. Nessa toada, a contratação de hedge cambial registrou um salto expressivo no último ano.

Segundo Saulo Carvalho, Superintendente Comercial do Ouribank, o volume de hedge cambial contratado no banco quadruplicou em 2024, ante o ano anterior. “Muitas companhias recorreram à ferramenta para garantir previsibilidade ao negócio. Acredito que é um caminho sem volta para os empresários que desejam focar na atividade principal sem ficar dependentes dos avanços ou quedas do dólar”, diz.

A oscilação do dólar sempre foi um problema para empresas exportadoras e importadoras. Afinal, não saber a cotação da moeda na data do pagamento pode comprometer as margens em um cenário cada vez mais competitivo. Por isso, as instituições financeiras desenvolveram o hedge cambial, produto que faz a trava da moeda na data de fechamento do contrato e garante que haja previsibilidade de caixa no final da negociação e conta com três tipos mais utilizados de possibilidades: trava de câmbio, NDF e opção de câmbio.  

Para Saulo, ainda há duas barreiras que impedem o avanço rápido da contratação de hedge cambial: a falta de conhecimento/segurança sobre o funcionamento do produto e o custo da operação. “Muitos empresários não sabem dos benefícios e deixam de contratar por achar que não é necessário realizar a proteção. Há ainda quem pense que os custos são dispensáveis e preferem contar com a sorte”, diz.

O executivo defende que o custo do hedge precisa estar embutido no produto e as variações fazem parte do processo de previsibilidade de caixa, já que não se trata de um produto especulativo. “O hedge é capaz de preservar o fluxo das companhias e a ausência dele pode significar prejuízo”, diz o executivo.

Ele conta que alguns clientes enfrentaram situações difíceis no ano passado e vivenciaram os desafios de não terem contratado a proteção. “Teve importador que levou 90 dias para receber os produtos da China e já havia pago 30% do valor na hora do fechamento do contrato. Os 70% restantes, pagos no embarque, ficaram muito acima do previsto e houve um grande prejuízo por conta das margens apertadas”, diz.  

Hedge deve ser incorporado a cultura financeira das companhias

Para o executivo, o hedge cambial precisa estar no dia a dia das empresas, assim como acontece nas grandes corporações. “As pequenas e médias empresas precisam adotar essa cultura, que protege as margens e também impacta em outras questões, como concessão de crédito. Por exemplo, se uma empresa não tem política de hedge, a tendência é que o crédito fique mais caro por risco de solvência”, afirma.

Tanto importadores, quanto exportadores podem usar a ferramenta para garantir previsibilidade ao negócio. “Não adianta o exportador ficar feliz com a alta da moeda e no mês seguinte perder parte da margem porque o dólar caiu. É impossível prever o que vai acontecer com a moeda”, afirma.

Saulo explica que os fatores econômicos e políticos internos, como o anúncio de corte de gastos, previsão de inflação e taxa de juros, impactam diretamente na taxa de câmbio. Além disso, os fatores internacionais pressionam a moeda diariamente. As decisões do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por exemplo, movimentam o mercado financeiro o tempo todo. Questões comerciais entre as maiores potências do mundo também ajudam a compor a taxa e a explicar o sobe e desce da moeda, que afeta ainda mais os países emergentes.  

“O negócio do cliente é vender produto, não acompanhar variação de moeda. Nosso trabalho é garantir o fluxo de caixa ao ajudar a encontrar as melhores soluções para cada companhia”, diz o Superintendente.

Segundo ele, por ser um banco especializado em câmbio, o Ouribank gera uma segurança para os clientes ao contar com especialistas no produto que ajudam a entender a empresa, oferecer a melhor opção e ter agilidade de entrega. “Somos mais rápidos que o mercado, pois no final das contas o hedge depende de uma análise de crédito da saúde financeira da empresa e o banco é ágil nessa análise, garantindo uma esteira de proteção ao patrimônio das companhias”, diz.

Conheça os tipos de hedge cambial:

Trava de câmbio

Esse produto se assemelha à operação de câmbio padrão, porém ocorre com a sua liquidação em uma data superior a dois dias úteis e inferior a um ano. A empresa precisa apresentar, até o momento da liquidação do câmbio, a documentação que ampara o fechamento da trava;

Termo de moedas (NDF)

Esse produto tem a mesma precificação da operação de trava de câmbio, porém trata-se de um derivativo. O principal diferencial dessa operação é que a empresa não precisa apresentar documentos de câmbio, uma vez que se trata de uma operação com instrumento derivativo referenciada em uma taxa de câmbio. Além disso, o termo de moedas também pode ser contratado para liquidação em períodos superiores a um ano;

Opção de câmbio

Nessa vertente, por meio da compra de uma call (opção de compra) de dólares, o Ouribank vende para a empresa um direito de comprar dólares no dia do vencimento por um valor fixo, cobrando uma taxa única. Caso o dólar esteja superior ao patamar previsto, o banco pagará para a empresa toda a diferença, mas caso o dólar esteja abaixo do montante estabelecido como teto, a empresa poderá simplesmente abrir mão do seu direito de receber o ressarcimento (uma vez que não haverá valor a ser ressarcido) e então comprará os dólares pela taxa de mercado.

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