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Relátórios de economia
28/5/2024

Maio já está no final, mas e o câmbio, afinal?

Por

Cristiane Quartaroli

CAUSA: Estamos entrando na última semana de maio e nossa taxa de câmbio continua pressionada, próxima ao patamar de US$/R$ 5,15. Mas o que tem feito o câmbio permanecer em nível tão alto ultimamente, sendo que entre os meses de janeiro e abril a cotação esteve mais próxima dos US$/R$ 5,00? O que mudou, afinal? Em nossa visão, dois fatores são os principais responsáveis por esse comportamento: 1. Diferencial de juros entre Brasil e EUA => a sinalização de que os EUA não devem baixar juros nos próximos meses (ou até mesmo neste ano) somada à redução, ainda que em menor intensidade, da nossa taxa Selic, fortalece o dólar e, portanto, pressiona nossa taxa de câmbio. 2. Queda de braço entre Banco Central e governo por conta das últimas decisões sobre juros traz instabilidade institucional para o Brasil, aumentando a aversão ao risco e, portanto, pressionando a taxa de câmbio.

CONSEQUÊNCIA: Com isso, está dificil visualizar uma melhora no cenário. Enquanto não houver uma sinalização mais concreta de que haverá queda de juros nos EUA, dificilmente o câmbio cederá por aqui. Por conta disso, as projeções continuam subindo. Hoje, o mercado projeta uma taxa de câmbio acima de US$/R$ 5,00 para este e para o próximo ano. Mais do que isso, as projeções de inflação continuam subindo – refletindo um pouco desse comportamento do câmbio, mas, também, as incertezas com relação ao cenário fiscal. Por outro lado, o mercado segue se mostrando resiliente às projeções de crescimento econômico. Será que essa conta vai fechar?

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