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Relátórios de economia
17/4/2020

Esqueçam viés ideológico, o problema é não ter planos

Por

Cristiane Quartaroli

CAUSA:

Por favor, não  se trata de política ou viés partidário. Não é hora de briga de egos. A crise  sanitária-financeira chega a um momento crítico; a decisão totalmente no  escuro de quanto tempo teremos de quarentena. E esse momento ocorre na  ocasião em que governantes e população dividem suas opiniões como se fosse  uma decisão política (e perdem a razão ao se apoiarem em dados poucos  concretos, uma vez que nunca vivemos isso) e não em relação à necessidade  (tanto no âmbito saúde como no âmbito economia). O Brasil perde.  Enquanto isso, países desenvolvidos (EUA, Suíça, Alemanha, etc.), que estão  à frente no ciclo da pandemia, já se planejam para uma abertura econômica  gradual, em que decisões se basearão no nível da doença na região e não no viés  ideológico. As palavras aqui são coordenação, subordinação ao desconhecido e  organização. Não temos tempo para egos, discussões entre esquerda e direita, trocas de  ministérios-chaves em meio à crise, alfinetadas em redes sociais. As eleições  já foram. Já fizemos escolhas. Precisamos agora de um plano que envolva,  talvez(??), uma meta que leve em conta razão entre ocupação em UTIs e tempo/  tipo de isolamento social. Precisamos de coordenação e união entre os  poderes. Precisamos de diretrizes, mesmo que elas se frustrem à frente. Mas  necessitamos saber qual o plano do Brasil para a pior crise já  enfrentada.    

CONSEQUÊNCIA:

Enquanto o país seguir perdendo tempo em falsas certezas e  briga de espelhos, seguiremos como o patinho feio dos países emergentes: com  a moeda mais depreciada e a pior expectativa de recessão econômica. Não há  ganhadores, o Brasil perde. Esqueçam viés ideológico, o problema é não ter  planos.

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