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Taxa de câmbio desvalorizada, inflação no maior patamar desde a década de 1990 (quando o país saía de uma hiperinflação) e juros em níveis assustadoramente altos - mesmo com o recente corte feito pelo atual governo. Esse é o resumo da situação atual do nosso país vizinho e importante parceiro comercial, a Argentina. Para se ter uma ideia, a inflação ao consumidor está acima de 270% nos últimos 12 meses, enquanto a taxa de juros é de 70% a.a.. Lembrando que no Brasil a inflação acumulada nos últimos 12 meses está em 3,93%, enquanto a taxa Selic está em 10,75% a.a..
Tudo isso, somado à inexistência de reservas, explica grande parte da crise cambial que a Argentina tem enfrentado recentemente. O peso argentino já se desvalorizou mais de 140% diante do dólar desde meados do ano passado, quando essa crise toda teve início. Portanto, trocar pesos por dólares, o principal ativo de refúgio seguro por décadas, perdeu parte de seu apelo nos últimos meses.
Apesar de todas as dificuldades mencionadas acima, a Argentina é um importante parceiro comercial do Brasil e ocupa hoje a 3º posição no ranking das nossas exportações e 4º posição de nossas importações. É verdade que nossa corrente de comércio com o país vizinho se reduziu por conta da crise, mas ainda assim a Argentina representou mais de 5% do total de nossas importações e exportações em 2023, um número bastante expressivo. Por exemplo, os EUA – nosso segundo parceiro comercial depois da China, representa pouco mais de 10% de nossa corrente de comércio.
O comércio entre Brasil e Argentina geralmente é marcado pelo intercâmbio de produtos industrializados. Contudo, em 2023, observou-se um aumento nas exportações de soja, já que o país sofreu com problemas climáticos e consequentemente com a quebra na safra desse produto. Com isso, cerca de 12% das exportações brasileiras para a Argentina foram de soja, seguidas por veículos para transporte de pessoas (8%). Do lado das importações, as compras de produtos argentinos em 2023 foram concentradas em bens da indústria de transformação, com destaque para veículos para transporte de mercadorias (20 %) e automóveis de passageiros (19%). O trigo argentino ocupou o 4º lugar na pauta de importações do Brasil no comércio com a Argentina, representando 6% das importações de produtos agrícolas provenientes do país.
A expectativa de melhora de forma geral na economia da Argentina no curto prazo é baixa, por conta da necessidade de reformas em um ambiente com falta de consenso político. Portanto, o comércio internacional tende a refletir essas dificuldades econômicas enfrentadas pelo país. A balança comercial entre Brasil e Argentina foi bastante impactada no primeiro trimestre deste ano e as exportações de produtos brasileiros à Argentina, por exemplo, caíram 28% no nos três primeiros meses deste ano em relação o mesmo período de 2023. Contudo os governos de Brasil e Argentina traçaram planos, em reunião recente, para estabelecer laços e reduzir restrições administrativas entre os países, o que deve contribuir para uma recuperação desses indicadores ao longo dos próximos trimestres. Ou seja, a relação entre Brasil e Argentina ainda tende a ser frutífera.
Nesse sentido, no Ouribank temos soluções (clique aqui para acessar) que podem viabilizar seus negócios de comércio exterior com diversos países, sendo em especial com a Argentina, uma solução que funciona como um canal de retirada dos recursos oriundos de exportações de mercadorias ou de serviços.
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